quinta-feira, 3 de maio de 2007

A mulher e o trabalho


A diferença entre os sexos sempre existiu e esteve presente desde o início dos tempos. Não apenas no sentido biológico, mas principalmente no social. Nas relações entre homens e mulheres as diferenças existentes são apresentadas como naturais e inquestionáveis, ao contrário, a análise mais profunda de tais relações revela condições extremamente desiguais de exercício de poder, onde as mulheres vêm ocupando posições subalternas e secundárias.
Estudos sobre a temática estão sendo desenvolvidos há algumas décadas por pesquisadores que buscam compreender a evolução e inserção feminina nas sociedades. Os movimentos feministas intensificaram as discussões sobre a mulher e seus papéis e contribuíram para impulsionar a construção do saber acadêmico sobre o tema.
Com a inserção feminina no mercado de trabalho, mudou o curso da história, numa caminhada longa e árdua. O trabalho foi lenta e tardiamente regulamentado em decorrência da falta de organização das mulheres em sindicatos, de sua tradição de resignação e submissão, da falta de solidariedade e consciência coletiva diante das novas condições.
A participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, compondo a população economicamente ativa e no emprego assalariado, é uma constante desde os anos 70 em todos os países ocidentais. Nota-se crescimento da população feminina no mercado de trabalho no Brasil, desde aquela época, cada vez mais intenso e diversificado, não mostrando nenhuma tendência de retrocesso, apesar das crises econômicas que assolaram o país a partir dos anos 80, fato comprovado em 1990, quando mais de 22,9 milhões de trabalhadoras constituíam cerca de 40% do conjunto da força de trabalho brasileira. Nesse sentido, vale acrescentar que a participação feminina no sistema produtivo é definida pelas condições oferecidas no mercado de trabalho, como também pelas potencialidades da mulher inserir-se nesse espaço. Assumem importância nesse contexto as características individuais como condição marital, número de filhos, idade e escolaridade que, entre outros atributos, também determinam e/ou facilitam/dificultam a sua inserção no sistema produtivo.
A inserção feminina no mercado de trabalho provocou alterações significativas em seu cotidiano. Esse processo social adquiriu dimensão estrutural no mundo contemporâneo, sendo, junto ao aparecimento de métodos anticoncepcionais mais seguros, um dos fatores que mais radicalmente contribuíram para a redefinição do lugar social da mulher, com conseqüências decisivas nas relações familiares que, gradativamente, foram modificadas em sua organização, na divisão de tarefas domésticas, na educação dos filhos.
Na opção pelo mundo do trabalho deu-se a busca por carreiras que se aproximassem das características femininas. Assim, a saída de casa deu-se através de profissões tais como o magistério, onde a mulher aparece com funções de cuidado e ensino remetidas ao universo familiar.

Nenhum comentário:

Gestar II

Gestar II
Oficina introdutória em 23 de maio de 2009.